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sexta-feira, 19 de abril de 2013

 

PONTA DO SEIXAS - CABO BRANCO 

Destruindo-se em pleno verão




A Caixa Econômica Federal está com 15 milhões de reais para serem liberados com destino as sonhadas obras de proteção da barreira do Cabo Branco mas, segundo noticias divulgadas na imprensa, a liberação ainda vai demorar.

É do conhecimento público que há mais de trinta anos o processo de erosão se instalou na ponta do Cabo Branco, com o mar avançando, deglutindo a barreira. São os agentes naturais como correntes marinhas, ventos e chuvas que agem livremente destruindo o Cabo Branco. A preocupação maior é que a ação demolidora atua mais no inverno e há uma expectativa pelo cenário do tempo, que este venha com muita intensidade, aquí no litoral.

Há um toque comprometedor  no histórico desse avanço do mar sobre a barreira, tanto para técnicos, como para as autoridades e até para a população da cidade. Durante o transcurso desse tempo, os registros indicam que só houve intervenção lá em cima do morro para praticar tudo que não deveria acontecer na direção de conter o processo de erosãodo do Cabo Branco: Começou pelo o desmatamento da Mata Atlântica, suprimindo-se-lhe as raízes de sustentação do solo arenoso,  tornando-o mais permeável e mais sujeito à infiltração das águas das chuvas; Se implantou uma malha viária de uso intenso, destinada ao tráfego de veículos leves e pesados, vibrando sobre a coroa do morro; se construiu equipamentos pesados como o trevo do farol e o monumental complexo da Estação Ciência; Se implantou parques de estacionamentos e de equipamentos outros da construção civil. Tudo isto, aumentando a pressão sobre as terras mais vulneráveis, sem as amarras das raízes suprimidas e sem uma drenagem eficiente. Isso posto, é constrangedor reconhecer que fomos levados historicamente a cumprices de um verdadeiro crime ecológico, por assentir com o silencio dos tímidos, a ausência das autoridades responsáveis negligenciar as providências complementares na base do morro. Aceitamos tudo com passividade, mesmo  contemplando este laudo de insensatez, que contraria até  a divina lei da Bíblia de que:  "não se deve construir em alicerce de areia ".

Voltando aos recursos que estão na Caixa Econômica, destinados as obras de contenção da barreira,  15 milhões de reais, tudo indica que provém do governo federal, conseguidos através de projeto aprovado, que levou anos de estudos de viabilidade, realizados por pessoal especializado, com elevado custo financeiro. Isso induz acreditar ser a opção de solução mais adequada e conveniente, também ao meio ambiente, dentre todas as alternativas estudadas. Esta conquista foi ótima para nos redimir, porque devemos ter em mente que o Cabo Branco é um recurso turístico natural, dado por Deus aos paraibanos e tornou-se  um monumento Histórico e Geográfico que agregou expressivo valor econômico para a Paraíba. Deve ser cuidado não somente  pela exuberante beleza paisagística, mas, também, como fator indutor de formação de renda e de prestígio internacional que toca na vaidade do povo paraibano. É este o espectro que se espera na visualização do seu futuro.
No entanto, quando a CEF diz que a liberação ainda vai demorar, podem esperar que se trata de uma análise mais aprofundada, talvez, para assegurar suas preocupações com a viabilidade na aplicação dos recursos. Coisas da burocracia bancária brasileira. Vai ver que, por ser um projeto atípico, a CEF  justificará não ter técnicos especializados para fazer tal análise rapidamente e terá que contratar técnicos de fora dos seus quadros para tal. Corre o risco de levar mais tempo com procedimentos licitatórios e mais custos que, certamente,  correrão à conta da Prefeitura os quais, provavelmente serão subtraídos do dinheiro depositado. Isto é uma realidade palpável e facilmente previsível nas transações bancárias.

Eis aí um problema grave que desafia a movimentação dos nossos  Parlamentares, na direção de ajudarem ao Poder Executivo agilizar o desentrave desses recursos, para logo as sonhadas obras começarem . Se deixarem o tempo correr naturalmente, até o inverno chegar, a cidade vai assistir mais avanços e desmoranamentos  contra o nosso famoso marco geográfico universal, com todos os riscos decorrentes, inclusive, de perder  a sua referência de ponto mais oriental das Américas.

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