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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

 

O HOMEM VENCE A SECA NO SERTÃO DO PAGEÚ

Uma descrição sumária de como foi executado  e funciona o  projeto de produção da Fazenda Caroá foi exposta em reportagem realizada pelo Programa “Globo Rural” da TV GLOBO, levado ao ar no último dia 09/12/2012 . O assunto, por sinal muito oportuno,  despertou muito interesse dos que sofrem as agruras da seca na região do semi-árido nordestino, principalmente paraibano, devido a similaridade do clima, das terras e dos mananciais que caracterizam a dura realidade de se viver na região em época de seca. A reportagem despertou curiosidade e interesse, gerando expectativa para se constatar se poderão servir também para se obter igual aproveitamento nas terras do semi-árido paraibano. Os resultados obtidos na execução do projeto implantado por José Artur Padilha, Engenheiro mecânico e experiente proprietário da Fazenda Caroá,  no vizinho estado de Pernambuco tem formato e características que indicam, de relance, ser possível viabilizar tal projeto em nossas terras, sem muita delonga, obtendo os mesmos resultados, com um baixo custo de investimento dos proprietários e governo.
A Fazenda Caroá, se localiza no  município de Afogados da Ingazeira, em pleno sertão de Pernambuco. As providências adotadas pelo proprietário José Padilha, no curso de 29 anos, hoje é um exemplo de como se conviver no clima semi-árido, com água farta e de boa qualidade para saciar a sede das pessoas e dos rebanhos, onde os animais e as famílias não passam fome em plena seca.
Na fazenda Caroá não se disputa a chegada dos carros pipas para se obter uma lata d’água, nem se contempla a macabra paisagem de carcaças de animais mortos sobre a terra castigada pelo sol. Há carroças puxadas por animais, não para carregar água, mas para conduzir fartura de milho, feijão, verduras, mel e outros alimentos produzidos em suas margens. Em plena seca, contempla-se a paisagem verde onde o sofrimento do homem transformou-se em bem estar.
Este é o quadro real existente ali bem perto de nós, no sertão do Pajeú, onde este milagre tem cara de trabalho simples e rudimentar. Artesanal na sua grande extensão, realizado com o toque da mão profissional do engenheiro-proprietário que planejou e executou o projeto para melhorar o aproveitamento das águas escoadas pelo o riacho Carapuça. É um riacho como tantos outros assemelhados, existentes também nas terras da Paraíba, que só corre com água se houver inverno. José Artur Padilha  encontrou a  forma de conviver com este fenômeno.
Conjugando esforços pessoais com conhecimento técnico e observação da natureza, o produtor levou quase três décadas de trabalho que resultou na “construção de 350 pequenas barragens curvadas ao longo do riacho que corta a propriedade.
Segundo a reportagem, “o conceito das barragens é muito simples. Em todo o leito do rio, da nascente até a foz, são construídos diques de pedra de margem a margem. São arcos posicionados de modo que a parte côncava fique virada para a foz do rio. Na época da chuva, a água e o solo das encostas descem e ficam represados. A água se infiltra no solo e se armazena no lençol freático. Na época da seca, o subsolo está cheio de água. Para captá-la, é preciso construir unidades de armazenamento como cacimbas de pedra. De cada cacimba saem canos que levam a água para toda a fazenda. O sistema funciona por gravidade. A pressão é tanta que a água aflora com força. A estrutura artesanal se mantém através da pressão exercida pelo próprio material. No meio das áreas secas há uma torneira que quando aberta a água jorra com muita pressão. A fazenda tem 22 quilômetros de tubulação enterrada no subsolo que abastecem cem bebedouros e cinco casas. As barragens impedem que a camada fértil do solo seja levada pelas enxurradas e promove a regeneração do terreno, além de guardar a água infiltrada no subsolo. O resultado é que não falta alimento para os animais nas áreas úmidas”.
É certo que existem outras técnicas de armazenamento de água para a realidade nordestina. São inúmeras experiências mas, na sua maioria não têm a dinâmica de aproveitamento diversificada como o sistema operado na fazenda Caroá.
Esta experiência deveria merecer a atenção dos nossos deputados para observação In loco, e verificar se esse sistema funciona bem, como foi divulgado e se serve para as condições das fazendas do nosso estado. Seria mais uma contribuição aos estudos e sugestões a serem encaminhadas as autoridades competentes, porque “O importante mesmo é tornar todas essas tecnologias acessíveis às famílias do sertão”.

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