.comment-link {margin-left:.6em;}

terça-feira, 10 de outubro de 2006

 

Resultado das eleições gera crise na Prefeitura e Barreto admite tensão

A decepção com o resultado da eleição para o governo do Estado, além do fraco desempenho nas urnas dos candidatos majoritários apoiados pelo prefeito Ricardo Coutinho (PSB), em João Pessoa, gerou uma crise na administração do município envolvendo o nome de três secretários. Roseane Meira (Saúde), Francisco Barreto (Articulação Poítica) e Walter Galvão (Educação). O pivô de tudo teria sido ainda as derrotas sofridas por Alexandre Urquiza, Simão Almeida e Watteau Rodrigues, três ex-auxiliares do governo municipal. Todos eles apoiados pelo prefeito da capital. O secretário de Articulação Política da Prefeitura, Francisco Barreto, admitiu ontem a existência de um clima de tensão na estrutura da administração municipal por causa das declarações da secretária de Saúde do município, Roseane Meira. Ela não poupou críticas aos colegas que não votaram no presidente Lula, candidato à reeleição, no primeiro turno das eleições, além de críticas ao que considerou falta de empenho com relação às candidaturas dos candidatos apoiados por Ricardo Coutinho. Isso teria provocado uma reação tão forte que o prefeito Ricardo Coutinho chegou a pensar em uma reforma administrativa. “Prefiro não acreditar que ela (Roseane) tenha sugerido a exoneração de secretários, inclusive a minha e do secretário de Educação, Walter Galvão”, afirmou Barreto. Ele não esconde de ninguém, nem mesmo do prefeito Ricardo Coutinho, que votou no senador Cristovam Buarque (PDT) para presidente da República. Segundo o secretário de Articulação Política, “o prefeito sabia que votaria em Cristovam”, reiterou. “Portanto, não cometi nenhum ato de deslealdade e acredito que ele representava a excelência política humana”. Barreto acrescentou, também, que “se tivesse que fazer de novo, faria tudo exatamente igual”. Apesar de algumas tentativas, a reportagem não conseguiu falar ontem com o prefeito Ricardo Coutinho, que mantém o segredo do seu governo sobre uma possível reforma administrativa. Reforma esta que poderá ocorrer após a realização do segundo turno das eleições no Estado. “O que existe, na realidade, é muita especulação em torno de um assunto que inexiste”, assegurou o secretário de Desenvolvimento Urbano do município, Guilherme Nascimento. “A cobrança por mais empenho é absolutamente normal, principalmente para quem tem um projeto político a seguir e, nós secretários, estamos incluídos nele e sentimos que o melhor para a Paraíba é trabalhar para eleger os candidatos apoiados pelo prefeito Ricardo Coutinho”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Urbano. Guilherme Nascimento confirmou, também, que a secretária Roseane Meira, na reunião da última sexta-feira pediu mais empenho dos demais ocupantes de cargos na administração do município, “um fato absolutamente normal dentro do atual contexto político”, comentou o secretário municipal.
“Achei que os secretários não se empenharam” A crise começou após as declarações da secretária de Saúde do munícipio, Roseane Meira, que se queixou da falta de empenho dos colegas durante uma reunião de avaliação da campanha do primeiro turno, realizada na última sexta-feira, no Hotel Igatu, de propriedade do clã Maranhão. Roseane afirmou que houve “uso indevido” do seu ponto de vista, “pois achei que os colegas secretários não se empenharam como fizeram os auxiliares do governador do Estado e candidato à reeleição”, disse. “Se a prioridade era seguir com os candidatos apoiados pelo prefeito Ricardo Coutinho, então não tínhamos outros caminhos a não ser irmos à luta com a mesma disposição com que conduzimos Ricardo à Prefeitura de João Pessoa”, afirmou. Para Roseane Meira, “se a prioridade é votar em Zé (Maranhão) para o governo do Estado e no Lula para presidente da República, então teríamos que ir às ruas tentar reverter qualquer situação do eleitor. Foi assim que trabalhamos para eleger o prefeito Ricardo Coutinho”, adiantou. “Portanto, sempre achei que os colegas deveriam se empenhar mais, até porque a gestão tinha que ser fechada em torno dos nomes que estávamos apoiando”. Com relação ao pedido de “cabeças” de alguns secretários que preferiram votar em outro candidato à Presidência da República, rejeitando o nome de Lula, a secretária de Saúde disse que “o objetivo é eleitoreiro e tentam criar um factóide político para servir de exploração eleitoral”. Ela ressaltou que sua interferência na reunião do último final de semana foi uma tentativa de recuperar a auto-estima da militância ricardista. “Nada mais do que isso”, acentuou. Adiantou, ainda, que não teve intenção de “queimar” nenhum dos seus colegas secretários, “muito menos os meus amigos Walter Galvão (Educação) e Francisco Barreto (Articulação Política), que eu o considero um verdadeiro paizão”, comentou. (MARCONE FERREIRA do Jornal da Paraíba).

À procura de bodes expiatórios (Hermes Luna do JP)
A conversa vazou. Não era para ter vazado, mas a rádio peão não perdoa. Secretários municipais de João Pessoa estariam com a cabeça a prêmio, depois do mau desempenho nas urnas dos candidatos da preferência do prefeito Ricardo Coutinho (PSB). O próprio Ricardo, diante da votação de Cássio Cunha Lima e, principalmente, de Cícero Lucena, estaria chateado com a falta de empenho de alguns auxiliares diretos. Alguns nomes estão na lista da guilhotina. Seriam bodes expiatórios da teoria da conspiração deflagrada dentro do próprio PSB. O clima, como reconheceu um secretário municipal, é tenso e o prefeito procura culpados, pois acreditava piamente que o seu candidato, Ney Suassuna, seguiria no embalo de Maranhão e, ambos, bateriam os adversários com uma folga de 100 mil votos na Capital. Era uma estimativa pessimista. A otimista falava em 120 mil votos. Dos males, o maior. A estimativa foi quebrada pelo meio, quando as urnas eletrônicas anunciaram o resultado final do primeiro turno. A derrota de Ricardo acende um sinal amarelo no seu projeto político. O próprio prefeito teria admitido, numa reunião com assessores, na ressaca da derrota do primeiro turno, que seu projeto de reeleição enfrentaria problemas. Os números são infalíveis. A diferença de 56 mil votos pró-Maranhão em João Pessoa ficou bem aquém da estipulada pelo prefeito, principal cabo eleitoral do candidato a governador. Basta lembrar que essa diferença foi menor do que a registrada em 2002, entre Cássio e Roberto Paulino. Na época, o prefeito da Capital era aliado de Cássio. Este ano, Ricardo ainda teve que digerir as derrotas de Alexandre Urquiza (PSB), Simão Almeida (PC do B) e Wateau Rodrigues (PC do B), únicos candidatos a deputado estadual que receberam seu apoio pessoal.

No paredão
Mais uma vez, Herbert Palitot (Infra-estrutura) estaria na corda-bamba. Esposo da vereadora Nadja Palitot (PSB), primeira suplente de deputada estadual, Herbert seria um dos ‘culpados’ listados por Ricardo Coutinho. Linha de fogo A situação de Herbert parece complicada. Nadja já havia criticado a postura de Ricardo, que só estaria trabalhando para Urquiza, Simão e Wateau. Para complicar, ele ainda teve mais votos e deixou Urquiza na terceira suplência.

Rompimento
Quem não vem mais é Ney Suassuna (PMDB). Ele ironizou Maranhão: “De tanto saber que constrangia o senador, estou convencido de que o melhor mesmo é não mais constrangê-lo na campanha e, assim, sair de perto”. Recolhidos Ney tem uma frota de 72 carros de som. Pela senha emitida ontem, o senador retirou esses carros de circulação e não vai mais permitir o uso pela campanha de Maranhão. A frota está “em conserto com tantos problemas a resolver”.
Corre-corre
Lula vem, garante o PT-PB. Fala-se que a visita será no próximo domingo. O coordenador regional da campanha, Anselmo Castilho, ainda não tem data. Mas assegura que Lula vai aonde tiver segundo turno.

Novidades
Expectativa para novidades que possam ser anunciadas, hoje, na reunião que Cássio realiza com lideranças políticos de todo o Estado, na AABB de Campina Grande. À noite, o PSDB faz comícios em Campina e Montadas.
Revide
Deputado estadual eleito, Guilherme Almeida (PSB), ligado ao prefeito campinense Veneziano Vital do Rego (PMDB), atacou Ney. “O escândalo das ambulâncias foi quem o tirou da campanha”, disse, rebatendo os desabafos do senador.

Pimenta do Reino
Esquerda? Um segmento da ‘esquerda’ paraibana anunciou o lançamento de um manifesto, condenando “setores messiânicos e autoritários, que pulverizaram as forças e permitiram, por exemplo, que políticos como Cícero Lucena fossem eleitos”. Até aí, tudo bem. O surpreendente do manifesto, liderado por Hermano Nepomuceno, é o ataque a Vital Farias, candidato do PSOL ao Senado, e a defesa que faz de Ney Suassuna e José Maranhão. O documento tenciona “repensar o papel da esquerda”. Como se vê, terá muito o que repensar...
**************************************************************

Projeto de Ricardo ‘disfarça’ isenção para cooperativas
O projeto de lei complementar enviado pelo prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), à Câmara Municipal da capital, que dispõe sobre a Taxa de Coleta de Resíduos (TCR), esconde, na verdade, alterações no Código de Rendas do Município que poderá beneficiar, pelo menos, duas dezenas de cooperativas médicas, isentando-as de dívidas contraídas desde 1991. Ao todo, são 22 cooperativas, entre elas a Unimed, que somente entre janeiro de 1998 e dezembro de 2002 devia aos cofres públicos pouco mais de R$ 96 milhões. Na nova redação que o projeto dá para a Lei Complementar nº 2, de 17 de dezembro de 1991, em seu artigo 23, faculta à prefeitura de João Pessoa reduzir em até 90% a dívida das cooperativas. Mais à frente, o projeto autoriza o Poder Executivo a parcelar o débito em até 96 pagamentos, incluindo as dívidas contraídas no passado. Assim, a dívida da Unimed referente ao referido período, de aproximadamente R$ 96 milhões, passaria a ser, de apenas, R$ 9.600, sem os juros e correções monetárias. Para o Professor Paiva (PT), presidente da Câmara de Vereadores de João Pessoa, o montante que a prefeitura deixará de arrecadar somente neste exemplo - algo em torno de R$ 86 milhões - daria para construir dez mil casas populares. De acordo com o procurador da Câmara Municipal, Walter Agra Júnior, o projeto é ilegal na medida em que a prefeitura não apresentou a repercussão que a nova redação da lei poderá trazer para os cofres públicos. “Somente de posse desses números é que os legisladores poderão apreciar o projeto de lei”, afirmou o procurador. Os números, de fato, ainda não foram levantados. O secretário da Receita do município, Nailton Ramalho, afirmou que não há o cálculo total da dívida. “Esse levantamento só será feito quando o projeto de lei for aprovado na Câmara”, informou o secretário. O presidente da Câmara de Vereadores disse que, ao sonegar a informação, a prefeitura infringe a Lei de Responsabilidade Fiscal em seu artigo 14, que estabelece que, para concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária, da qual decorra renúncia de receita, deverá estar acompanhada da estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes. O secretário da Receita também afirmou que a cobrança da dívida incide somente sobre os últimos cinco anos, uma vez que o restante já prescreveu. Walter Agra rebateu o secretário afirmando que as dívidas da maioria das cooperativas foi executada e corre na Justiça, o que afasta a prescrição. “É obrigação da procuradoria do município executar as dívidas”, completa Walter.
Manobra para aprovação urgente Na mensagem enviada no dia 12 de setembro por Ricardo Coutinho ao presidente da Câmara, o prefeito de João Pessoa pedia, em caráter de urgência, a apreciação do projeto observando os princípios constitucionais da ‘anterioridade’ e da ‘noventena’ (período de carência de 90 dias para a lei entrar em vigor). Paiva enxerga finalidades eleitoreiras na urgência e na “pressão” exercida pela prefeitura para que o projeto fosse aprovado antes do dia 1º de outubro. “Eles invocaram o princípio da ‘noventena’, argumentando que projeto teria que ser votado até o dia 30 de setembro para que a lei passasse a valer já no ano que vem, quando, na verdade, o princípio diz que se deve respeitar noventa dias para a lei valer, desde que seja votada no ano anterior”, comentou Paiva, acrescentando: “Houve muita manipulação de informação em torno dessa questão”. Paiva encaminhou a denúncia à Curadoria do Patrimônio Público e também à Procuradoria Regional Eleitoral. “Eu quero que seja apurado esse perdão, pela parte do curador do patrimônio público, o uso político eleitoral dessa concessão, uma vez que eles tinham muita pressa para votar, fazendo pressão, usando de mentira, da ‘noventena’”, afirmou Paiva. (ANDRÉ CANANÉA do Jornal da Paraíba) .


Nadja desabafa: Ricardo é “ingrato e centralizador
A vereadora Nadja Palitot (PSB) desabafou ontem em críticas ao prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, presidente estadual do seu partido, a quem considerou de “ingrato”, “traidor” e “centralizador de poder”. Nadja se candidatou a uma vaga de deputada estadual na eleição deste ano, mas só conseguiu a suplência, mesmo tendo obtido mais de 17 mil votos. Ela disse que o prefeito Ricardo Coutinho “cometeu um equívoco político, quando decidiu apoiar o único candidato do partido a deputado estadual”, afirmou a vereadora ao se referir à atenção especial de Ricardo à candidatura do ex-superintendente da Emlur, Alexandre Urquiza. “Não merecia um tratamento desse, até porque fui a única parlamentar a declarar apoio ao então candidato à prefeitura de João Pessoa na eleição de 2004”, disse Nadja Palitot em pronunciamento ontem da tribuna da Câmara Municipal. “De fato, realmente entendi que poderia ter um pouco mais de atenção dele”, ressaltou ela ao se referir a Ricardo Coutinho. O estopim do rompimento político da vereadora com o prefeito da capital vai depender da permanência do secretário Herbert Palitot, esposo de Nadja, à frente da Secretaria Municipal de Infra-Estrutura. Ele, na opinião da secretária de Saúde, Roseana Meira, teria sido um dos que não se empenharam na eleição do último dia 1º e, por isso, sua “cabeça” estaria a “prêmio”. A vereadora Nadja Palitot evitou falar com a imprensa após o pronunciamento feito pela manhã. Falando pausadamente, ela disse que “fui traída em seus posicionamentos, sempre em defesa do prefeito”, destacou. Adiantou que, por causa desse apoio, “acabei recebendo fortes ataques da oposição, sem falar nas perseguições”, acrescentou. No agradecimento pelos votos obtidos em sua campanha a deputada estadual, a vereadora Nadja Palitot destacou que “estou fazendo um pronunciamento de gratidão aos mais de 17 mil eleitores paraibanos que depositaram confiança em mim. É claro que se tivesse recebido o apoio do prefeito, assim como ocorreu com outros companheiros do meu próprio partido, talvez tivesse sido eleita”, destacou. Nadja denunciou, mesmo sem citar nomes, que uma candidatura do seu próprio partido teve toda uma estrutura por trás dela, “inclusive R$ 1 milhão, 30 mil bocas-de-urna e 18 comitês de campanha. Eu não tive nenhum”, lamentou-se. Ela prometeu continuar trabalhando no segundo turno das eleições, torcendo pela eleição do senador José Maranhão. Nesta hipótese, segundo ele, “eu teria chances de assumir como suplente”, afirmou. O PSB elegeu três deputados estaduais. Foram eles: Guilherme Almeida, Carlos Batinga e Leonardo Gadelha.
Vereadores repudiam atitude contra secretários A possibilidade de exoneração dos secretários municipais que não teriam se empenhado na eleição dos candidatos apoiados pelo prefeito.

O vereador João Almeida (PMDB),da bancada do Prefeito,
criticou essa postura, achando que o voto é livre, “inclusive é secreto e algumas pessoas o declaram porque elas querem se posicionar dessa forma”, argumentou. Almeida não acredita em retaliação contra auxiliares da prefeitura por causa da falta de empenho na eleição de determinados candidatos que estavam sendo apoiados pelo prefeito. Ele colocou o cargo ocupado por Guilherme Nascimento, na Secretaria de Desenvolvimento Urbano, à disposição - uma indicação feita pelo parlamentar - e alegou que “a função não pertence a mim e nem à Câmara Municipal, mas ao prefeito”, destacou. “O prefeito sabe muito bem o que fazer com a caneta. Se ele quiser exonerar Guilherme, não tem nenhum problema, até porque a gente não precisa de cargo”, comentou João Almeida. Além de Guilherme Nascimento, foram citados os nomes de Francisco Barreto (Articulação Política), Walter Galvão (Educação), Herbert Palitot (Infra-Estrutura) e, ainda, o chefe de gabinete do prefeito, o ex-vereador Fernando Milanez. Para o vereador Hervázio Bezerra, por trás da opinião da secretária Roseane Meira em pedir a “cabeça” dos secretários que não se empenharam na campanha, “pode estar a opinião do prefeito”. Segundo ele, Roseane não teria tantos poderes assim para pedir a exoneração de secretários. “Sem dúvida, porque conhecendo Ricardo como eu o conheço, faria isso sem nenhum constrangimento”. A bancada de situação ficou um pouco constrangida durante a sessão de ontem da Câmara de João Pessoa diante de tantos problemas, principalmente a repercussão da possibilidade de exoneração dos secretários após o segundo turno.

Milanez nega demissão do cargo
O chefe de gabinete do prefeito Ricardo Coutinho, ex-vereador Fernando Milanez, desmentiu ontem que estivesse demissionário do cargo, alegando que “não houve nenhum motivo para eu viesse me posicionar dessa forma”. Ele garantiu, ainda, que não existe crise administrativa na prefeitura e considerou como um comentário “normal” as declarações da secretária municipal de Saúde, Roseane Meira. “Não existe nada disso. Posso assegurar que não existe crise na administração e o prefeito Ricardo Coutinho negou que estivesse para fazer uma reforma na sua equipe de governo, uma informação que não procede porque na opinião dele não há motivos para isso”, enfatizou o ex-vereador Milanez. Ele informou, ainda, que os secretários municipais estão unidos e vão trabalhar coesos no segundo turno das eleições para o governo do Estado. “Está tudo sob controle e se ocorreu algum desentendimento não passou pela prefeitura”, disse. (MF)

Recaída
A vereadora Nadja Palitot, vice-presidente estadual do PSB, ocupou ontem a tribuna da Câmara pessoense para “registrar com coragem o meu dissabor de ter apoiado o prefeito da Capital (Ricardo Coutinho, presidente estadual do PSB) desde a primeira hora.” Traída “É melhor ser a vítima da traição do que a pessoa que trai. Não recebi apoio nenhum. Ao contrário, recebi muita perseguição durante a campanha”, lamentou Nadja, que não logrou êxito na tentativa de se eleger deputada estadual.

Adversidades
Alguns momentos depois, numa entrevista na ´Arapuan FM´, o deputado federal eleito Wilson Braga (PMDB) disse que enfrentou uma campanha “muito difícil e dura, porque trabalhei sozinho em termos de lideranças maiores”. Surpreso, WB confessou que “não esperava 133 mil votos, mas 70 mil, 80 mil votos”. Outra mágoa Braga foi duro ao se reportar a Ricardo Coutinho: “Se ele pudesse, teria tirado votos meus”, revelou, ao informar que não recebeu qualquer apoio do prefeito. (Arimatéia JP).


Base de Ricardo em ebulição
A base aliada do prefeito Ricardo Coutinho (PSB) vive um momento de ebulição. Uma fervura diante da crise entre os secretários municipais, que estão com cabeças a prêmio depois que foram cobrados, publicamente, pela falta de engajamento na campanha política. O patrulhamento no secretariado e a tensão na bancada de vereadores fermentam uma situação que o prefeito pessoense terá que dar respostas rápidas, para não se chamuscar. A efervescência foi transferida para o plenário da Câmara de João Pessoa, ontem pela manhã. No epicentro da crise está Roseana Meira (Saúde). A secretária sugeriu que Walter Galvão (Educação), Francisco Barreto (Articulação Política) e Herbert Palitot (Infra-estrutura) entregassem os cargos. A rebordosa sobre Roseana foi dura. Ela será convocada para explicar na Câmara o surgimento de denúncias sobre sua gestão à frente da coordenação do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva, do CCSA da Universidade Federal da Paraíba, e da gestão na Secretaria Municipal de Saúde. A convocação foi apresentada pelo vereador Aníbal Marcolino (PDT). Relatório da comissão de sindicância da UFPB aponta má administração dos recursos, falsificação de documentos, caixa dois e ainda utilização de recursos federais de sobra sem a devida prestação de contas. Diante do tiroteio, aliados do prefeito Ricardo Coutinho abandonaram o plenário da Câmara. Ficou Nadja Palitot, esposa de Herbert, para engrossar o coro da oposição. Como vice-presidente do PSB, Nadja exigirá explicações de Roseana sobre as denúncias que pesam sobre a gestão da coordenadoria da UFPB. O princípio de incêndio pode até ser debelado pelo prefeito, mas a fumaça já está deixando muito dos seus auxiliares e vereadores sufocados.

Abandono
E não foi apenas Roseana mirada pelos disparos de Nadja. Da tribuna da Câmara, ela acusou o prefeito de abandonar as candidaturas de aliados, para apoiar apenas a candidatura de Alexandre Urquiza, ex-superintendente da Emlur. Caixa dois Em um trecho do seu discurso, sem citar nomes, Nadja disse que não recebeu R$ 1 milhão para a campanha e muito menos R$ 30 mil para boca-de-urna. “Eu prefiro ser traída do que ser traídora”, desabafou a vereadora do PSB. Ameaçados Depois de Francisco Barreto (Articulação Política) confirmar o patrulhamento do prefeito Ricardo Coutinho, via Roseana Meira, foi a vez de Walter Galvão (Educação) revelar que sua permanência no cargo está ameaçada. Patrulhamento
Isso é que é democracia socialista. Barreto e Galvão foram acusados por Roseana de “traírem” Ricardo, por terem votado em Cristóvam Buarque e não se empenharem por Maranhão. “Não cometi deslealdade”, retrucou Barreto.
Bondade
O pacote fiscal que está na Câmara de João Pessoa contempla redução de dívidas de grandes contribuintes. Foi o que denunciou o presidente da Casa, vereador Severino Paiva (PT). Só num caso, o município perde R$ 50 milhões.
Baixa entre...
Com 20.184 votos, Djaci Brasileiro (PMDB) foi o 13º mais votado da coligação ‘Paraíba de Futuro’. Ontem, anunciou a adesão à candidatura de Cássio. Djaci, que tentou a reeleição à Assembléia, aderiu com vários prefeitos do Vale do Piancó. ...os peemedebistas Para se ter uma idéia da baixa no esquema político de Maranhão. Caso Djaci e os prefeitos transfiram para Cássio cinco mil votos, já soma mais do que o total de votos de todas as adesões anunciadas pelo candidato peemedebista até agora.
Sem críticas
Deputado estadual eleito, Guilherme Almeida (PSB) garante que não fez ataques ou críticas ao senador Ney Suassuna (PMDB). Almeida é ligado ao prefeito campinense, Veneziano Vital. Teria jogado nas ambulâncias o motivo da derrota de Ney.

Fora da campanha
A Arquidiocese da Paraíba esclareceu que não está fazendo nenhuma campanha com carro de som sobre a compra de votos nestas eleições, como chegou a ser divulgado. “Não sabemos ainda quem é o dono do veículo, nem quem está financiando o mesmo. O certo é que a Arquidiocese não é a responsável por essa campanha. O setor jurídico já foi comunicado sobre o caso e vai tomar as providências necessárias”, informou a nota. Também foi encaminhado às duas coligações que se abstenham de utilizar imagens ou declarações do arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, nos programas eleitorais de rádio e TV. (da Coluna de Hermes Luna, JP)

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?