quarta-feira, 20 de setembro de 2006
Luciano Cataxo! Essa ninguém esperava
Prefeitura de JP beneficiou pai de Luciano Cartaxo com R$ 5,4 mil
(LÍVIA KAROL ARAÚJO)
O pai do vereador Luciano Cartaxo (PT), ex-líder do prefeito Ricardo Coutinho na Câmara Municipal de João Pessoa e candidato a vice-governador na chapa do senador José Maranhão (PMDB), foi beneficiado com o valor de R$ 5.430,00 em medicamentos pela prefeitura da capital. Segundo consta na Relação de Empenho da prefeitura, os medicamentos foram adquiridos em março deste ano pela Secretaria de Saúde de João Pessoa e repassados para Célio Pires de Sá, pai do vereador. Os produtos foram comprados em uma farmácia que funciona no centro da capital. De acordo com Roseana Meira, secretária de Saúde do município, Célio Pires de Sá, aposentado, solicitou ajuda dos medicamentos à Secretaria de Saúde obedecendo aos critérios de escolha e seleção da secretaria, sem que fosse dada qualquer atenção especial pelo fato de ter um parentesco com o líder do governo na Câmara. “Ele nos trouxe uma solicitação, o receituário do médico e seguiu todo o processo, inclusive uma assistente social fez uma visita à residência dele antes de nós liberarmos a compra dos medicamentos”, explica Roseana. A secretária de Saúde considera que a divulgação dessas informações foi essencialmente “política” já que Luciano Cartaxo, na época líder do prefeito Ricardo Coutinho na Câmara Municipal, disputa o cargo de vice na chapa de José Maranhão. O vereador Luciano Cartaxo não comentou a informação porque estava em uma reunião. A secretária ainda esclarece que este procedimento é transparente e está disponível para quem quiser conferir o trâmite da solicitação. “A secretaria recebe, diariamente, pedidos aleatórios ou via Curadorias, de medicamentos caros, leites especiais e materiais médicos”, afirmou. “Nos últimos meses, nós autorizamos a compra de um medicamento no valor de R$ 12 mil para uma criança com síndrome de Down e que precisava passar por uma cirurgia cardíaca”, ressaltou. “Isso não é utilização indevida de verba pública”, comentou. Outro fato que chama a atenção é que a Prefeitura de João Pessoa empenhou, ano passado, R$ 4.441,76 para a compra do medicamento Viagra, destinado a um único paciente. Roseana Meira explicou que se trata de um paciente que sofre de hipertensão pulmonar grave e que está em tratamento há mais de um ano com este remédio. “As pessoas podem até entender de forma equivocada, mas este medicamento é utilizado, sim, no tratamento da hipertensão pulmonar. Inclusive, o receituário deste paciente está assinado por uma médica pneumologista”, ressalta. Ela ainda esclareceu que o mesmo paciente já passou por uma cirurgia no Rio Grande do Sul para minimizar os efeitos da doença, mas precisa dar continuidade ao tratamento com remédios contínuos e entre eles está o Viagra.
Secretária Roseane, indignada com denúncia, chama Cássio de irresponsável
Nota divulgada ontem à noite pela Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de João Pessoa informa que a secretária de Saúde de João Pessoa, Roseana Meira, reagiu com indignação às acusações feitas pela coligação liderada pelo governador Cássio Cunha Lima (PSDB) de que a Prefeitura teria comprado medicamentos para parentes do vereador Luciano Cartaxo, incluindo até viagra entre estes medicamentos.
“Isso é uma irresponsabilidade que eu só posso creditar à proximidade das eleições e não sabia que o governador do Estado é irresponsável a este ponto”, disse a secretária, ao informar que a Secretaria de Saúde do Município, por recomendação médica, fornece viagra a dois pacientes, sendo uma criança e outro adulto que sofrem de hipertensão pulmonar grave e se não adquirirem esse medicamento eles virão a falecer.
Quanto aos parentes do vereador Luciano Cartaxo (PT), que vem a ser o vice na chapa do senador José Maranhão (PMDB), Roseana Meira disse que se trata do pai do vereador, que sofre de câncer na próstata e abriu procedimento na Secretaria como qualquer outro paciente e teve direito a receber o remédio porque é obrigação do município agir dessa forma.
A secretária lamentou que o acirramento das eleições provocasse esse tipo de denúncia contra profissionais da Secretaria de Saúde de João Pessoa, que trabalham com ética e muita seriedade, ao mesmo tempo em que expõem os nomes dos pacientes em estado grave que necessitam da assistência dos poderes constituídos para realizarem seus tratamentos. "Não nos confundam com essa pouca vergonha que existe por aí. Nós trabalhamos com seriedade", concluiu Roseana Meira.Fonte: Secretaria de Comunicação Social/PMJP
Vereadores criticam ajuda dada a pai de Cartaxo pela prefeitura
A ajuda recebida pelo pai do vereador Luciano Cartaxo (PT), candidato a vice-governador na chapa do senador José Maranhão (PMDB), repercutiu na Câmara Municipal de João Pessoa. O vereador Aníbal Marcolino (PDT) criticou a ajuda que foi concedida pela prefeitura pessoense, através da Secretaria de Saúde, para que Célio Pires de Sá, pai do vereador Luciano Cartaxo (PT). “Não estamos questionando o direito que o cidadão tem ao benefício. O que nos deixa surpresos e, por isso, denunciamos, é que foi negada a compra de medicamento específico para um usuário carente, no valor aproximado de R$ 2 mil, onde a Secretaria de Saúde alegou falta de recursos financeiros e depois, no mesmo período, arranjou recursos na ordem de R$ 5,4 mil para ajudar o pai do vereador”, denunciou Aníbal. Outra denúncia do vereador foi com relação à falta de recursos para a realização de exames específicos, como eletroneuromiografia e ressonância magnética, este último custa para o SUS (Sistema Único de Saúde), de acordo com informações de Aníbal Marcolino, cerca de R$ 400. “Fica muito difícil aceitar o argumento de que não se tem recursos. É no mínimo uma afirmação irresponsável. A secretária municipal de Saúde veio aqui e disse que a sua pasta não disponibilizava de recursos para atender aos benefícios previstos pelo próprio Ministério da Saúde”, afirmou. O vereador afirmou com veemência que compete à Secretaria de Saúde a manutenção dos atendimentos aos usuários do SUS. Ele disse ainda que recebeu em seu gabinete a informação de que foi solicitado pelo Ministério Público Federal a compra de medicamentos específicos para um usuário carente do SUS e também foi negada pela Secretaria de Saúde, sob a mesma alegação de falta de recursos. “Recebemos ainda a denúncia de que, no mesmo período, que foi negado o direito de alguns pacientes carentes em adquirir, via Secretária de Saúde, remédios específicos, a secretária comprou, através de licitação, um notebook no valor de R$ 10 mil para o seu gabinete. Se não tem recursos para atender pacientes carentes, onde arrumou para comprar um computador?”, questionou o vereador, sinalizando que irá oficializar a denúncia ao Ministério Público Federal. “Como as questões envolvem verbas federais, vamos pedir à Procuradoria da República para que investigue as denúncias”, disse.
Entrega de remédios em casa está suspensa O vereador Aníbal ainda lembrou que, na administração passada, através de um requerimento de sua autoria, o Programa ‘Saúde Pra Você’ beneficiava aproximadamente 25 mil pessoas, portadoras de hipertensão e diabetes, que recebiam todos os meses em casa e de graça, pela Empresa de Correios e Telégrafos, os medicamentos necessários para o tratamento da doença. O programa foi suspenso pela atual administração e, de acordo com o vereador, a argumentação usada pela Secretaria de Saúde para suspensão do serviço é absurda. “O programa atendia as pessoas carentes. Muitas não tinham condições de caminhar até o Posto de Saúde. É comum pacientes com diabete crônica terem uma perna amputada. A entrega de medicamentos pelos Correios era uma medida de extremo respeito para os doentes, sobretudo aos idosos. Muitas cidades adotaram o serviço de entrega de medicamento”, comentou Doutor Aníbal. O vereador ainda explicou que os pacientes beneficiados com o programa tinham acompanhamento ininterrupto do Programa da Família. “Um paciente com diabetes ou hipertensão recebia atendimento de três em três meses. Os agentes de saúde faziam o acompanhamento quase que diário dos doentes. A secretária de Saúde diz que um dos motivos da suspensão do serviço foi devido à mudança de endereço de alguns pacientes, o que, para mim, é desculpa esfarrapada, visto que esses pacientes devem ter acompanhamento e, caso cheguem a mudar de casa, os agentes saberiam informar”, disse Aníbal. (AB)
Hervázio: verba deveria ser aplicada nos PSFs Para o vereador e ex-secretário de Saúde de João Pessoa, Hervázio Bezerra (PSDB), a ajuda para o pai do vereador Luciano Cartaxo é grave, visto que não se trata de um paciente carente. Além disso, Hervázio questionou sobre as verbas, oriundas do Ministério da Saúde, que deveriam ser aplicadas no Programa de Saúde da Família (PSF). “É um absurdo destinar verbas do SUS para um cidadão que, financeiramente, não precisa da ajuda. Também gostaria de saber para onde estão indo os recursos que vêm do Ministério da Saúde para o PSF, visto que, há mais de 90 dias, sete postos do PSF estão sem médicos. E tenho documentos que comprovam que a secretaria não deixou de receber sequer um centavo para o PSF. É muito estranho que se tenha verba para ajudar um pai de um vereador e um posto localizado em Mangabeira sequer tem esparadrapo para atender a pacientes carentes que precisam fazer um curativo”, denunciou Hervázio. A reportagem procurou a secretária de Saúde da capital, Roseana Meira. Ela não estava na secretaria, nem foi possível um contato via telefone. Porém, sua assessoria informou que o programa da entrega de medicamentos em casa foi suspenso por dois motivos principais: porque os pacientes mudam de endereço e a administração passada havia deixado dívida com os Correios. Quanto aos postos do PSF foi dito que todos estão funcionando normalmente. Já com relação ao benefício concedido ao pai do vereador Luciano Cartaxo, a assessoria de Roseana disse que o procedimento foi legal, transparente e está disponível para quem quiser conferir o trâmite da solicitação. (AB)
Luciano afirma que pai tem direitos Em nota divulgada ontem, o vereador Luciano Cartaxo disse que o seu pai teve direito ao benefício de forma legal e que passou por todos os trâmites burocráticos necessários: “Meu pai está com 70 anos de idade e há 10 vem lutando contra câncer de próstata e de pele, além de problemas cardíacos. Este ano, teve um agravamento do quadro de saúde e o médico receitou o remédio Casodex 50 mg, para um tratamento de 90 dias. Sendo aposentado da Assembléia Legislativa, com uma renda mensal de aproximadamente R$ 1 mil, ele usou o direito de qualquer cidadão comum e, em fevereiro, deu entrada em uma solicitação para adquirir o medicamento pela Secretaria Municipal de Saúde, pois só este tratamento custava cerca de R$ 5 mil. Ainda segundo a nota, o pedido passou por todos os procedimentos normais, incluindo análise de renda e visita em domicílio de uma assistente social. O remédio foi entregue no início de abril e, em nenhum momento, houve liberação de dinheiro em espécie. Não imaginava que o desespero político chegaria a tanta irresponsabilidade. Da forma como esse assunto está sendo abordado, passa a impressão de que meu pai deveria ser punido pelo fato de eu ser vereador. Como parlamentar, há 10 anos luto para que toda a população tenha acesso à saúde e, enquanto cidadão, meu pai tem esse direito, conclui o vereador. (AB)
Barreto diz que prefeitura reconhece ajuda O secretário municipal de Articulação Política, Francisco Barreto, condenou ontem o que considerou “atitudes levianas” neste momento político da campanha eleitoral paraibana, em referência ao caso da ajuda de custo no valor de R$ 5.430,00 pagos pela Prefeitura de João Pessoa em medicamentos ao pai do ex-líder do prefeito e vereador Luciano Cartaxo. Segundo o secretário Francisco Barreto, “a prefeitura reconhece a ajuda de custa ao vereador Luciano Cartaxo como um ato de humanidade”, disse ao sair em defesa do ex-líder da bancada do prefeito Ricardo Coutinho na Câmara Municipal de João Pessoa. Barreto, inclusive tentou evitar comentar o assunto, mesmo reconhecendo que o parlamentar e candidato a vice-governador nas eleições deste ano, na Paraíba, “tem condições de pagar o tratamento de saúde”, admitiu. Ao tentar amenizar a repercussão que o fato gerou ontem, o secretário Barreto lembrou que a ajuda de custo é um procedimento “normal” em todas as casas civis dos governos, “quer seja municipal, estadual ou federal”. Ressaltou, também, que isso é feito sem qualquer problema. “Acho, na verdade, que o interesse maior é a oportunidade política”, enfatizou. O vereador Benilton Lucena (PT), substituto de Luciano Cartaxo na liderança da bancada do prefeito, evitou comentar a ajuda de custo a aliados pela prefeitura ao seu colega de partido e de bancada. Segundo ele, “causa um grande constrangimento quando sabemos que ocorreu por uma questão de humanidade”, afirmou. Ainda na tentativa de “brindar” o candidato a vice-governador nas eleições paraibanas, o vereador Benilton disse que não iria comentar sobre o assunto por se tratar de um problema relacionado a doença. (Marcone Ferreira)
(LÍVIA KAROL ARAÚJO)
O pai do vereador Luciano Cartaxo (PT), ex-líder do prefeito Ricardo Coutinho na Câmara Municipal de João Pessoa e candidato a vice-governador na chapa do senador José Maranhão (PMDB), foi beneficiado com o valor de R$ 5.430,00 em medicamentos pela prefeitura da capital. Segundo consta na Relação de Empenho da prefeitura, os medicamentos foram adquiridos em março deste ano pela Secretaria de Saúde de João Pessoa e repassados para Célio Pires de Sá, pai do vereador. Os produtos foram comprados em uma farmácia que funciona no centro da capital. De acordo com Roseana Meira, secretária de Saúde do município, Célio Pires de Sá, aposentado, solicitou ajuda dos medicamentos à Secretaria de Saúde obedecendo aos critérios de escolha e seleção da secretaria, sem que fosse dada qualquer atenção especial pelo fato de ter um parentesco com o líder do governo na Câmara. “Ele nos trouxe uma solicitação, o receituário do médico e seguiu todo o processo, inclusive uma assistente social fez uma visita à residência dele antes de nós liberarmos a compra dos medicamentos”, explica Roseana. A secretária de Saúde considera que a divulgação dessas informações foi essencialmente “política” já que Luciano Cartaxo, na época líder do prefeito Ricardo Coutinho na Câmara Municipal, disputa o cargo de vice na chapa de José Maranhão. O vereador Luciano Cartaxo não comentou a informação porque estava em uma reunião. A secretária ainda esclarece que este procedimento é transparente e está disponível para quem quiser conferir o trâmite da solicitação. “A secretaria recebe, diariamente, pedidos aleatórios ou via Curadorias, de medicamentos caros, leites especiais e materiais médicos”, afirmou. “Nos últimos meses, nós autorizamos a compra de um medicamento no valor de R$ 12 mil para uma criança com síndrome de Down e que precisava passar por uma cirurgia cardíaca”, ressaltou. “Isso não é utilização indevida de verba pública”, comentou. Outro fato que chama a atenção é que a Prefeitura de João Pessoa empenhou, ano passado, R$ 4.441,76 para a compra do medicamento Viagra, destinado a um único paciente. Roseana Meira explicou que se trata de um paciente que sofre de hipertensão pulmonar grave e que está em tratamento há mais de um ano com este remédio. “As pessoas podem até entender de forma equivocada, mas este medicamento é utilizado, sim, no tratamento da hipertensão pulmonar. Inclusive, o receituário deste paciente está assinado por uma médica pneumologista”, ressalta. Ela ainda esclareceu que o mesmo paciente já passou por uma cirurgia no Rio Grande do Sul para minimizar os efeitos da doença, mas precisa dar continuidade ao tratamento com remédios contínuos e entre eles está o Viagra.
Secretária Roseane, indignada com denúncia, chama Cássio de irresponsável
Nota divulgada ontem à noite pela Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de João Pessoa informa que a secretária de Saúde de João Pessoa, Roseana Meira, reagiu com indignação às acusações feitas pela coligação liderada pelo governador Cássio Cunha Lima (PSDB) de que a Prefeitura teria comprado medicamentos para parentes do vereador Luciano Cartaxo, incluindo até viagra entre estes medicamentos.
“Isso é uma irresponsabilidade que eu só posso creditar à proximidade das eleições e não sabia que o governador do Estado é irresponsável a este ponto”, disse a secretária, ao informar que a Secretaria de Saúde do Município, por recomendação médica, fornece viagra a dois pacientes, sendo uma criança e outro adulto que sofrem de hipertensão pulmonar grave e se não adquirirem esse medicamento eles virão a falecer.
Quanto aos parentes do vereador Luciano Cartaxo (PT), que vem a ser o vice na chapa do senador José Maranhão (PMDB), Roseana Meira disse que se trata do pai do vereador, que sofre de câncer na próstata e abriu procedimento na Secretaria como qualquer outro paciente e teve direito a receber o remédio porque é obrigação do município agir dessa forma.
A secretária lamentou que o acirramento das eleições provocasse esse tipo de denúncia contra profissionais da Secretaria de Saúde de João Pessoa, que trabalham com ética e muita seriedade, ao mesmo tempo em que expõem os nomes dos pacientes em estado grave que necessitam da assistência dos poderes constituídos para realizarem seus tratamentos. "Não nos confundam com essa pouca vergonha que existe por aí. Nós trabalhamos com seriedade", concluiu Roseana Meira.Fonte: Secretaria de Comunicação Social/PMJP
Vereadores criticam ajuda dada a pai de Cartaxo pela prefeitura
A ajuda recebida pelo pai do vereador Luciano Cartaxo (PT), candidato a vice-governador na chapa do senador José Maranhão (PMDB), repercutiu na Câmara Municipal de João Pessoa. O vereador Aníbal Marcolino (PDT) criticou a ajuda que foi concedida pela prefeitura pessoense, através da Secretaria de Saúde, para que Célio Pires de Sá, pai do vereador Luciano Cartaxo (PT). “Não estamos questionando o direito que o cidadão tem ao benefício. O que nos deixa surpresos e, por isso, denunciamos, é que foi negada a compra de medicamento específico para um usuário carente, no valor aproximado de R$ 2 mil, onde a Secretaria de Saúde alegou falta de recursos financeiros e depois, no mesmo período, arranjou recursos na ordem de R$ 5,4 mil para ajudar o pai do vereador”, denunciou Aníbal. Outra denúncia do vereador foi com relação à falta de recursos para a realização de exames específicos, como eletroneuromiografia e ressonância magnética, este último custa para o SUS (Sistema Único de Saúde), de acordo com informações de Aníbal Marcolino, cerca de R$ 400. “Fica muito difícil aceitar o argumento de que não se tem recursos. É no mínimo uma afirmação irresponsável. A secretária municipal de Saúde veio aqui e disse que a sua pasta não disponibilizava de recursos para atender aos benefícios previstos pelo próprio Ministério da Saúde”, afirmou. O vereador afirmou com veemência que compete à Secretaria de Saúde a manutenção dos atendimentos aos usuários do SUS. Ele disse ainda que recebeu em seu gabinete a informação de que foi solicitado pelo Ministério Público Federal a compra de medicamentos específicos para um usuário carente do SUS e também foi negada pela Secretaria de Saúde, sob a mesma alegação de falta de recursos. “Recebemos ainda a denúncia de que, no mesmo período, que foi negado o direito de alguns pacientes carentes em adquirir, via Secretária de Saúde, remédios específicos, a secretária comprou, através de licitação, um notebook no valor de R$ 10 mil para o seu gabinete. Se não tem recursos para atender pacientes carentes, onde arrumou para comprar um computador?”, questionou o vereador, sinalizando que irá oficializar a denúncia ao Ministério Público Federal. “Como as questões envolvem verbas federais, vamos pedir à Procuradoria da República para que investigue as denúncias”, disse.
Entrega de remédios em casa está suspensa O vereador Aníbal ainda lembrou que, na administração passada, através de um requerimento de sua autoria, o Programa ‘Saúde Pra Você’ beneficiava aproximadamente 25 mil pessoas, portadoras de hipertensão e diabetes, que recebiam todos os meses em casa e de graça, pela Empresa de Correios e Telégrafos, os medicamentos necessários para o tratamento da doença. O programa foi suspenso pela atual administração e, de acordo com o vereador, a argumentação usada pela Secretaria de Saúde para suspensão do serviço é absurda. “O programa atendia as pessoas carentes. Muitas não tinham condições de caminhar até o Posto de Saúde. É comum pacientes com diabete crônica terem uma perna amputada. A entrega de medicamentos pelos Correios era uma medida de extremo respeito para os doentes, sobretudo aos idosos. Muitas cidades adotaram o serviço de entrega de medicamento”, comentou Doutor Aníbal. O vereador ainda explicou que os pacientes beneficiados com o programa tinham acompanhamento ininterrupto do Programa da Família. “Um paciente com diabetes ou hipertensão recebia atendimento de três em três meses. Os agentes de saúde faziam o acompanhamento quase que diário dos doentes. A secretária de Saúde diz que um dos motivos da suspensão do serviço foi devido à mudança de endereço de alguns pacientes, o que, para mim, é desculpa esfarrapada, visto que esses pacientes devem ter acompanhamento e, caso cheguem a mudar de casa, os agentes saberiam informar”, disse Aníbal. (AB)
Hervázio: verba deveria ser aplicada nos PSFs Para o vereador e ex-secretário de Saúde de João Pessoa, Hervázio Bezerra (PSDB), a ajuda para o pai do vereador Luciano Cartaxo é grave, visto que não se trata de um paciente carente. Além disso, Hervázio questionou sobre as verbas, oriundas do Ministério da Saúde, que deveriam ser aplicadas no Programa de Saúde da Família (PSF). “É um absurdo destinar verbas do SUS para um cidadão que, financeiramente, não precisa da ajuda. Também gostaria de saber para onde estão indo os recursos que vêm do Ministério da Saúde para o PSF, visto que, há mais de 90 dias, sete postos do PSF estão sem médicos. E tenho documentos que comprovam que a secretaria não deixou de receber sequer um centavo para o PSF. É muito estranho que se tenha verba para ajudar um pai de um vereador e um posto localizado em Mangabeira sequer tem esparadrapo para atender a pacientes carentes que precisam fazer um curativo”, denunciou Hervázio. A reportagem procurou a secretária de Saúde da capital, Roseana Meira. Ela não estava na secretaria, nem foi possível um contato via telefone. Porém, sua assessoria informou que o programa da entrega de medicamentos em casa foi suspenso por dois motivos principais: porque os pacientes mudam de endereço e a administração passada havia deixado dívida com os Correios. Quanto aos postos do PSF foi dito que todos estão funcionando normalmente. Já com relação ao benefício concedido ao pai do vereador Luciano Cartaxo, a assessoria de Roseana disse que o procedimento foi legal, transparente e está disponível para quem quiser conferir o trâmite da solicitação. (AB)
Luciano afirma que pai tem direitos Em nota divulgada ontem, o vereador Luciano Cartaxo disse que o seu pai teve direito ao benefício de forma legal e que passou por todos os trâmites burocráticos necessários: “Meu pai está com 70 anos de idade e há 10 vem lutando contra câncer de próstata e de pele, além de problemas cardíacos. Este ano, teve um agravamento do quadro de saúde e o médico receitou o remédio Casodex 50 mg, para um tratamento de 90 dias. Sendo aposentado da Assembléia Legislativa, com uma renda mensal de aproximadamente R$ 1 mil, ele usou o direito de qualquer cidadão comum e, em fevereiro, deu entrada em uma solicitação para adquirir o medicamento pela Secretaria Municipal de Saúde, pois só este tratamento custava cerca de R$ 5 mil. Ainda segundo a nota, o pedido passou por todos os procedimentos normais, incluindo análise de renda e visita em domicílio de uma assistente social. O remédio foi entregue no início de abril e, em nenhum momento, houve liberação de dinheiro em espécie. Não imaginava que o desespero político chegaria a tanta irresponsabilidade. Da forma como esse assunto está sendo abordado, passa a impressão de que meu pai deveria ser punido pelo fato de eu ser vereador. Como parlamentar, há 10 anos luto para que toda a população tenha acesso à saúde e, enquanto cidadão, meu pai tem esse direito, conclui o vereador. (AB)
Barreto diz que prefeitura reconhece ajuda O secretário municipal de Articulação Política, Francisco Barreto, condenou ontem o que considerou “atitudes levianas” neste momento político da campanha eleitoral paraibana, em referência ao caso da ajuda de custo no valor de R$ 5.430,00 pagos pela Prefeitura de João Pessoa em medicamentos ao pai do ex-líder do prefeito e vereador Luciano Cartaxo. Segundo o secretário Francisco Barreto, “a prefeitura reconhece a ajuda de custa ao vereador Luciano Cartaxo como um ato de humanidade”, disse ao sair em defesa do ex-líder da bancada do prefeito Ricardo Coutinho na Câmara Municipal de João Pessoa. Barreto, inclusive tentou evitar comentar o assunto, mesmo reconhecendo que o parlamentar e candidato a vice-governador nas eleições deste ano, na Paraíba, “tem condições de pagar o tratamento de saúde”, admitiu. Ao tentar amenizar a repercussão que o fato gerou ontem, o secretário Barreto lembrou que a ajuda de custo é um procedimento “normal” em todas as casas civis dos governos, “quer seja municipal, estadual ou federal”. Ressaltou, também, que isso é feito sem qualquer problema. “Acho, na verdade, que o interesse maior é a oportunidade política”, enfatizou. O vereador Benilton Lucena (PT), substituto de Luciano Cartaxo na liderança da bancada do prefeito, evitou comentar a ajuda de custo a aliados pela prefeitura ao seu colega de partido e de bancada. Segundo ele, “causa um grande constrangimento quando sabemos que ocorreu por uma questão de humanidade”, afirmou. Ainda na tentativa de “brindar” o candidato a vice-governador nas eleições paraibanas, o vereador Benilton disse que não iria comentar sobre o assunto por se tratar de um problema relacionado a doença. (Marcone Ferreira)