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quarta-feira, 27 de setembro de 2006

 

Cássio vence o debate

Como era esperado, o debate entre os candidatos ao Governo da Paraíba terminou mesmo centrado entre Cássio Cunha Lima e José Maranhão – os dois principais contendores desta disputa estadual, apesar do respeito merecido pelo representante do PSOL, David Lobão. Os dois principais candidatos atraíram para si a atenção porque em torno deles está a perspectiva de poder e a possibilidade real de implementação de políticas a serem transformadas a partir de propostas de agora. Se é assim, a leitura conceitual, por que dizer peremptoriamente que Cássio teve melhor desempenho no debate do que o senador Maranhão? Por uma razão simples: o atual governador se apresentou menos tenso, mais objetivo nas respostas e perguntas diante de um adversário com raciocínio lento e embaraçado em algumas abordagens, como se deu no trato da lei que permitia a liquidação das casas populares já em 2002 (durante seu governo). O senador, ficou evidente, começou o debate com semblante fechado e contraditório já a partir da primeira pergunta de David Lobão sobre o elemento da corrupção envolvendo sanguessugas. De cara, Maranhão perdeu a oportunidade de repetir a estratégia lógica trazida a João Pessoa por Lula que, segundo o presidenciável, até prova em contrário, isto é, sem julgamento final, todos – inclusive Ney Suassuna – precisa ser tratado como inocente. O senador sequer citou o nome de Ney, nem de longe repetiu Lula e Ricardo Coutinho. Fixou-se na lógica de Antonio Lavareda esquecendo-se de que hoje a campanha dele e de Suassuna é uma só. Mas, o debate movimentou a leitura dos candidatos em vários temas – educação, saúde, investimentos – mostrando Cássio reproduzindo uma lógica de raciocínio mais objetiva, mesmo que em alguns momentos parecendo mecânico, só que com clareza no que falava. Até mesmo quando David Lobão questionou o olhar Suíço de Cássio em tratar a Paraíba como se fosse primeiro mundo, o candidato à reeleição retrucou o candidato do PSOL lembrando que foi no seu governo a formalização da contratação de Lobão como professor. Maranhão, é preciso também reconhecer, tem história vasta mas não soube expressar com mesma dimensão seu desempenho no trato midiático, ou seja, da midia eletrônica parecendo – como o é, forjado no conservadorismo de uma forma de fazer política distante de métodos atuais. Pode ser que o debate não fulmine por inteiro a cartada, mas vai repercutir sim, isso levando-se em conta que Cássio saiu-se bem melhor. Ainda o Aeroporto A quarta-feira chega como a abrigar um movimento ‘sui generis’ com a presença do presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, na perspectiva de poder alterar o atual projeto de reforma do Aeroporto Castro Pinto, que mais parece obra de rodoviária. A ação, justiça seja feita, é fruto de ação do senador Roberto Cavalcanti. Umas & Outras ...O telemarketing do debate mostrou aos jornalistas o seguinte resultado: Cássio 67 a 13 pró Maranhão. A consulta foi feita simultaneamente com 3 mil pessoas. ...Na quali, contudo, em alguns momentos David se apresentou melhor. ...O pessoal de Ney não gostou do desempenho do companheiro de chapa. ...Já no período da tarde, na TV Miramar, o senador estava com cara fechada. ...Jornalistas e advogados ligados a Maranhão tentavam ontem dissimular, após o debate, que o resultado foi mesmo favorável ao senador. Aliás, criticavam - como é mais óbvio acontecer - as avaliações contra o candidato do PMDB. ... No off, e na conversa de bastidores, muitos deles viviam o clima de baixo astral. ...Na prática, Maranhão não estava no melhor de suas noites. Última “É duro/ tanto ter que caminhar/ E dar / muito mais do que receber...” Do wscom. Walter Santos.
Walter Santos.

Jaldes Menezes avalia debate; ‘Cássio foi mais linear, Maranhão superou nervosismo inicial e Lobão perdeu ganchos fundamentais’wscom Jaldes Menezes, professor da UFPB e doutor em História

O professor Jaldes Menezes, doutor em História pela Universidade Federal da Paraíba, avaliando o debate realizado entre três dos sete candidatos ao Governo do Estado, classificou como ‘razoável’, não atingindo o eleitorado indeciso. “Foi um debate morno, ninguém foi nocauteado. Faltou melhor aproveitamento”, disse. Segundo ele, o debate ficou aquém do esperado, em relação ao promovido em 2002, que, na avaliação dele, influenciou muito o eleitorado. “Este ano, parece que não: quem já ia votar em Cássio permanece com ele, quem ia votar em Maranhão também não vai mudar, e não houve impacto em quem não tinha candidato definido”, declarou. Avaliando os candidatos individualmente, Jaldes viu uma maior linearidade no atual governador e candidato à reeleição Cássio Cunha Lima (PSDB). “Ele poderia ter aprofundado mais a questão da quitação dos débitos, e acabou não fazendo, mas mesmo assim, foi o que demonstrou mais auto-confiança”, pontuou. Para ele, José Maranhão (PMDB) começou muito nervoso mas foi ganhando tranqüilidade ao longo do debate. O professor só considera que ele poderia ter defendido de forma mais incisiva os candidatos da coligação que estão sendo acusados de envolvimento na máfia das ambulâncias superfaturadas. Porém, o que obteve o menor êxito foi o candidato Davi Lobão (PSOL). Para Jaldes, o candidato da Frente de Esquerda até tinha boa retórica, mas perdeu ganchos que poderiam dar um rumo diferente ao debate. “Ele fez um esforço genérico, mas foi um discurso que não condiz com a particularidade do estado. Ele podia ter esmiuçado mais a questão dos cargos comissionados, por exemplo, ou a questão previdenciária, mas optou por ser uma espécie de ventríloquo das formulações gerais de Heloísa Helena”, disse. Jaldes disse ainda que Lobão centralizou seu discurso voltando-se para as classes mais pobres, desconsiderando, segundo ele, um crescimento econômico módico no país. “Esse apelo que ele faz não vai ter efeito. Podia ter feito interlocução mais ampla com a classe média”, disse.
Onivaldo Júnior do wscom.

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