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quinta-feira, 7 de setembro de 2006

 

Cartão é bom, mas pra quem sabe usar

Os encantos do cartão de crédito seduzem um público cada vez mais jovem que busca praticidade e agilidade na hora de pagar as contas. O problema é saber administrar o uso do dinheiro de plástico para não cair precocemente no mundo do endividamento. Crédito ou débito, não importa, ele está presente na hora da balada, da pizzaria e na compra do jeans tão paquerado. Companheiro inseparável em todas as horas, o cartão se tornou item essencial na carteira de quem não dispensa as facilidades do seu uso. Um, dois, três e até quatro cartões fazem parte do cotidiano de jovens que começam a lidar com a administração das contas cada vez mais cedo. É o caso da estudante e funcionária pública Helena Neiva, 21 anos, que possui quatro cartões e tenta controlar os gastos, mas de vez em quando acaba fazendo confusão e gastando mais do que deveria. Entre as dificuldades para organizar o consumo ela destaca a de guardar os comprovantes de compra que são emitidos cada vez que o cartão é passado. “Tento guardar tudo para depois saber com o que gastei, mas sempre acabo perdendo”, contou. Uma estratégia para amenizar a perda de controle é parcelar as compras no menor número de vezes possível. “Apesar de pagar contas com valores mais altos não fico com aquelas prestações a perder de vista, o que faz com que até esqueça que ainda devo pagar parcelas seguintes que ficaram para meses futuros”, comentou. Para Carolina Guerra, o cartão de crédito é uma arma contra o gasto excessivo. Como costuma levar pouco dinheiro na carteira, ela conta que fica mais fácil resistir aos apelos comerciais quando lembra que precisa passar o cartão para comprar. “Ando apenas com o dinheiro necessário para despesas básicas, o restante do que adquiro é comprado no cartão”, contou. Ela ilustrou a estratégia para se controlar com o exemplo de um brinco que custava R$ 10 e acabou sem comprar porque estava sem o valor em espécie e se recusou a usar o cartão para o valor da compra. “Não passo cartão para compras em valores baixos, o que evita que aumente minhas despesas já que também ando com pouco dinheiro”, explicou. Apesar de possuir quatro cartões, ela garante que consegue equilibrar as contas sem perder o controle. Segundo a estudante, possuir mais de um cartão é interessante porque ela consegue aproveitar diferentes prazos para realizar as compras. Quando vê uma vitrine cheia de bolsas, a funcionária pública e estudante Cláudia Franca, 20 anos, dificilmente resiste e acaba levando mais uma novidade para sua coleção. Os cartões que leva na carteira são os maiores aliados na hora da aquisição. “Parcelo em no máximo três vezes para não perder o controle”, contou. Na sua opinião, um dos maiores benefícios do cartão é possibilidade de resolver tudo sem precisar sacar dinheiro. “Acho mais seguro, porque se houver o roubo é só ligar para a operadora e cancelar o seu uso, enquanto o dinheiro é irrecuperável se for roubado”, comentou. Outra coisa que adora comprar com seus cartões são pacotes de viagens, que costuma planejar com bastante antecedência. Parte do salário é reservada para uma cota especificamente voltada para esse fim e para despesas inesperadas. “Reservo até 40% do meu salário todo mês para conseguir realizar as viagens que planejo. A próxima será para São Paulo, em outubro”, contou.

Saiba administrar as compras
Amigo de todas as horas, o cartão de crédito pode facilmente mudar de lado e virar um grande inimigo. Por isso, saber administrar o seu uso é critério fundamental para uma convivência harmônica. Entre as dicas para aproveitar os benefícios dessa ferramenta ao máximo, está primeiramente a organização e o controle na hora das compras. De acordo com o economista Cláudio Rocha, é importante que um plano de gastos seja traçado mensalmente para evitar o velho erro de gastar mais do que se ganha. Ele explica que o cartão de crédito pode ser um instrumento que auxilia no controle do que se ganha se o seu uso for bem distribuído durante a aquisição de um novo objeto ou o pagamento de uma conta. E resgata o principal objetivo do cartão, que é a facilidade de crédito. “Com o cartão tenho múltiplas possibilidades para adquirir o que preciso, mas a compra parcelada só será vantajosa se de fato conseguir reservar a quantidade que ficou comprometida para efetuar o pagamento nos próximos meses”, comentou. Para facilitar o controle das contas ele indica que se possua apenas um cartão, e diz que essa dica é especialmente voltada para o público mais jovem que em geral possui apenas uma fonte de renda. Segundo o economista, possuir mais de um cartão só é vantagem para quem tem mais de uma fonte geradora de capital mensal, porque desse modo pode se beneficiar de diferentes datas de vencimento. “Caso contrário, o cartão dará apenas uma sensação ilusória de poder que é derrubada quando a fatura chega no final do mês”, disse. Favorável ao uso de cartão por adolescentes e jovens, ele afirmou que quanto mais cedo o indivíduo se deparar com a responsabilidade de administrar suas contas, mais rapidamente ele irá adquirir o senso de responsabilidade sobre o uso do dinheiro e a importância de se organizar financeiramente. Com um filho de 21 anos, Cláudio Romero Filho, que recebe a mesada direto na conta, ele exemplifica o modelo que pratica em casa como uma ótima estratégia que pode ser seguida pelos pais, mas alerta que antes de dar um cartão ao filho deve-se esclarecer e ensinar sobre o seu uso, além de acompanhar se os gastos estão equivalentes ao valor da mesada. “Ele cumpre com os seus compromissos porque aprendeu a distribuir os valores entre as compras mensais e sabe se beneficar disso. Uma das coisas que mais gosta de parcelar são livros adquiridos em livrarias virtuais”, contou.

Jovens representam 39% dos usuários no País
Dados do Target Group Index, estudo realizado pelo Ibope Mídia em parceria com a Kantar Media Research, no período de julho a dezembro de 2005, demonstram que 28% dos jovens brasileiros entre 12 e 17 anos já possuem cartão de crédito como dependente dos pais ou parentes. Entre agosto de 2004 e janeiro de 2005 esse número era de 17%. Segundo o economista Cláudio Rocha, uma explicação para esse dado pode ser exatamente a renovação do método de mesada que começa a ser cada vez mais utilizada por meio do cartão de crédito. Os resultados demonstram ainda, que mais de 9,2 milhões de jovens representam 15% do contingente populacional dos onze mercados brasileiros pesquisados pelo Target Group Index: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza, além de aglomerações urbanas com mais de 50 mil habitantes do interior de SP e das regiões Sul e Sudeste. Segundo informações da operadora Credicard, a maior faixa etária a usar cartão de crédito está entre os 21 e 30 anos, público que representa 39% dos usuários em todo o País. (KARYNA KAY, do Jornal da Paraíba).

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