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sábado, 12 de agosto de 2006

 

Governo do Estado acusado de aliciar radialistas para ser elogiado e destruir imagem dos adversários

O Estado vem pagando a dezenas ou talvez a mais cem radialistas de todo o interior da Paraíba para que esses comunicadores, em suas emissoras e programas, elogiem e defendam o governo e o governador Cássio Cunha Lima (PSDB).
O serviço incluiria críticas pesadas e comentários desabonadores contra adversários políticos do governo, particularmente os senadores José Maranhão e Ney Suassuna (PMDB), além de deputados, prefeitos e outras lideranças de oposição.
O trabalho em desfavor dos adversários contaria com um reforço instalado em João Pessoa: um cidadão identificado como Max Leal seria a pessoa encarregada de criar, produzir e repassar ao interior “torpedos” para “detonar” Maranhão e aliados.
Max Leal é publicitário, professor universitário de publicidade e dono de uma agência de publicidade da Capital e teria trabalhado também como assessor da Secretaria de Comunicação Social do Estado. O Portal Correio está tentando ouvi-lo. O esquema de promoção política de governo e da figura do governante, simultâneo à tentativa de destruir a imagem dos “inimigos”, teria sido montado e operado pelo então secretário de Comunicação Social do Estado, Solon Benevides.
QUEM DENUNCIA
Quem denuncia tudo isso é o radialista Paulo Feitosa de Sousa, de Cajazeiras, que admite ter recebido dinheiro do Estado para fazer o “serviço” e chama tal pagamento de mensolon, termo que remete ao escândalo político conhecido como mensalão.
A mesada do governo paraibano teria sido institucionalizada. Paulo, segundo contracheque que apresentou, recebia R$ 450 por mês, com direito a talões de cheque e cartão do Banco Real para sacar o salário na conta aberta em seu nome.
Mas o radialista teve o seu pagamento suspenso tão logo passou a apresentar um programa que, segundo ele, seria para divulgar a atividade parlamentar dos senadores peemedebistas. Demitido e revoltado, resolveu denunciar o esquema.
Paulo se diz disposto a provar suas acusações e a existência do mensolon em qualquer instância ou esfera – na Justiça, na imprensa etc. Autoriza, inclusive, a quebra de seu sigilo bancário para mostrar que está falando a verdade.
As acusações de Paulo Feitosa foram gravadas com o conhecimento e autorização do próprio denunciante. Clique no link abaixo para ouvir a íntegra da conversa do radialista com Rubens Nóbrega, colunista do CORREIO, a quem o radialista procurou para fazer a denúncia.
O OUTRO LADO
Ouvido, o advogado Solon Benevides reagiu com indignação. Disse que vai processar quem o acusa e associa seu nome a um escândalo tão estigmatizante quanto o mensalão (criação de Roberto Jefferson que detonou a pior crise política do país em 2005).
Solon ressalta que construiu sua reputação com muito trabalho sério e digno, que vem exercendo relevantes cargos públicos desde muito jovem, quando foi assessor do senador Humberto Lucena e depois secretário de Estado nos governos Burity, Maranhão e Cássio.
“Não iria jogar meu nome e toda a minha carreira na lama montando um esquema dessa natureza”, declarou Solon, que atualmente trabalha na coordenação política da campanha à reeleição do governador Cássio Cunha Lima.
O ex-secretário atribui esse tipo de denúncia ao elevado nível de acirramento da disputa eleitoral a que assiste a Paraíba, entre o governador Cássio e o ex-governador Maranhão, e acredita que o seu acusador seja uma “testemunha forjada”.
MEDO DE REPRESÁLIA
O contato com Solon, por telefone, foi feito anteontem pela manhã, logo após o recebimento da denúncia. Não lhe foi revelado o nome do denunciante, que conversou com o colunista pela primeira vez também na quarta-feira (9).
Na conversa inicial com Rubens Nóbrega, o radialista Paulo Feitosa mostrou-se temeroso de assumir publicamente a acusação. Foi-lhe dito, então, que sem autoria clara, perfeitamente identificada, não haveria como publicizar a denúncia sobre o tal mensolon.
O radialista pediu um dia para pensar, porque temia que a pressão do governo o levasse a perder também o emprego na Rádio Difusora de Cajazeiras, onde faz um programa que seria campeão de audiência no Alto Sertão paraibano.
Paulo voltou a ligar para o colunista do CORREIO ontem à tarde e nessa ocasião comunicou a sua decisão de fazer ele mesmo a denúncia, autorizando a gravação da conversa por telefone entre os dois.
O radialista colocou-se ainda à disposição da Justiça, da Polícia ou de qualquer outro veículo de comunicação para reafirmar tudo o que disse e pretensamente sabe sobre o tal esquema mensolon. (Portal Conrreio da Paraíba 11/08/2006 - 1155).
Clique aqui e escute aqui a denúncia na íntegra.

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