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domingo, 28 de maio de 2006

 

‘Grampo’ complica situação de acusados de fraudes em Sousa

As investigações sobre a “Operação Carta Marcada” estão se aprofundando e alguns indícios comprovam a participação das 12 pessoas que foram presas por suspeita de participação no esquema que fraudava licitações e desviava verbas federais nos municípios. O grampo telefônico autorizado pela Justiça flagrou uma conversa entre o secretário de Obras da prefeitura de Sousa, Bertrand Pires Gadelha – primo e cunhado do prefeito Salomão Gadelha – com o engenheiro Heleno B. Moraes, proprietário de uma das empresas apontadas como “fantasma” pela Polícia Federal, quando ocorreu a prisão temporária dos acusados. O esquema funcionava na base de “comissão” de 8% do valor da execução da obra, cujo dinheiro era pulverizado na “boca do caixa”. Os beneficiários recebiam o recurso através de depósitos bancários em suas contas pessoais, como mostra a conversa entre Bertrand e Heleno, que combinam a divisão do dinheiro. As investigações detectaram, em várias ocasiões, a repetição do “modus operandi” descrito no diálogo entre o auxiliar da prefeitura de Sousa e o engenheiro, proprietário de uma das construtoras que prestavam serviços para o município. A conversa entre os dois envolvidos na “Operação Carta Marcada” está transcrita nas folhas 253/254 e de nº 67 e 68 às folhas 403/404. Apesar de correr em segredo de Justiça, conforme determinou a juíza federal Cristina Maria Garcez no mandado de segurança contra os acusados, o sigilo acabou vazando e a magistrada agora quer saber quem é o responsável pela quebra do segredo. No diálogo por telefone, o engenheiro Heleno B. Morais conversa com o secretário Bertrand e afirma: “Eu só vou mandar trinta e um mil e seiscentos (R$ 31.600,00)”. Em seguida, Bertrand responde: “Você botou quanto, oito? E eles seguem conversando, tranqüilamente. Em outro trecho, o secretário e primo-cunhado do prefeito Salomão Gadelha pede ao engenheiro Heleno Moraes que sejam depositados R$ 10 mil na conta bancária de Karla, tratado apenas pelo primeiro nome (Karla Antunes Rocha, esposa de Bertrand Pires Gadelha) e R$ 21 mil restantes na dele (Bertrand).
Vereador denuncia Salomão A situação do prefeito do município de Sousa, Salomão Gadelha, se complica a cada dia. O vereador Francisco Veras Pinto de Oliveira, da bancada de oposição ao prefeito, protocolou uma denúncia junto ao Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Contas da União e Polícia Federal. A denúncia, mais uma vez, envolve a construtora Rio Negro, listada entre as “laranjas” da Operação Carta Marcada. Segundo o vereador, o prefeito Salomão Gadelha teria pagado R$ 150,5 mil à Construtora Rio Negro por medições dos serviços de construção de um posto do Programa Saúde da Família (PSF) no bairro Jardim Sorrilância II que, na realidade, jamais foi construído. Para amparar a denúncia, o vereador anexa cópias das notas de empenho e uma foto do local onde seria construído o posto. Esse valor foi dividido em seis empenhos. “Além da construtora ter recebido por medições de serviços não executados, a empresa é tida como de ‘fachada’, ou ‘laranja’ pela Operação Carta Marcada da Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público Federal e Receita Previdenciária”, diz o vereador na denúncia encaminhada. Segundo ainda a denúncia, os recursos que chegaram ao município vieram do governo federal. “Os fatos descritos nesta denúncia, além de ferir os princípios norteadores da administração pública, causaram, em tese, prejuízo ao erário”, diz o vereador Francisco Veras. (Gisa Veiga e MARCONE FERREIRA, do Jornal da Paraíba).

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