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domingo, 6 de novembro de 2005

 

Prefeitura de Ribeirão abasteceu caixa 2 do PT

Documentos reunidos pelo Ministério Público de São Paulo e a CPI dos Correios confirmariam as acusações do advogado Rogério Buratti, segundo o qual a empresa de coleta de lixo Leão Leão pagava uma taxa mensal a quatro prefeituras do interior paulista - entre elas Ribeirão Preto, durante a gestão do ex-prefeito Antonio Palocci (PT), hoje ministro da Fazenda. O dinheiro seria proveniente das próprias prefeituras e, em Ribeirão, teria servido para abastecer o caixa dois do partido.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, os papéis em poder do MP e da CPI, somados a investigações baseadas nos depoimentos de Buratti (ex-assessor de Palocci em Ribeirão), reforçam os indícios de de que a empresa pagava "mensalinho" com valor entre R$ 50 mil e R$ 226 mil por mês às prefeituras. Durante entrevista, Palocci negou o suposto esquema.
Segundo o MP, o esquema de arrecadação de dinheiro ilegal funcionava por meio de emissão de notas frias. Em Ribeirão Preto, o Departamento de Águas e Esgotos (Daerp) pagaria à Leão Leão por serviços de varrição que não eram realizados. Por meio de uma manobra contábil, conclui o MP, os recursos entravam na empresa da forma legal e saíam como pagamento de supostos fornecedores; a Leão Leão utilizava pelo menos três empresas para a emissão de notas frias para justificar a transação, mediante o pagamento de 2% sobre o valor de cada uma;
O dinheiro era sacado na boca do caixa em um posto bancário localizado no interior da própria empresa. Os recursos eram, segundo o MP, poteriormente distribuídos para as prefeituras, entre elas Ribeirão. Uma planilha apreendida nos computadores da Leão Leão relacionava os pagamentos a cada município beneficiado pelo "mensalinho". Além de Ribeirão Preto, recebriam também as cidades de Matão, Sertãozinho e Monte Alto - com as quais a Leão Leão mantinha contrato. O dinheiro seria repassado posteriormente ao PT para formação da caixa 2.
Para o MP e a CPI dos Bingos, o total desviado nas operações totaliza R$ 2,8 milhões entre janeiro e dezembro de 2002. Esse montante corresponde à soma de 331 cheques sacados da conta da Leão Leão pelas empresas Comercial Luizinho, Twister e Kaf Bras - acusadas de emitirem as notas frias. Os valores das notas são muito próximos, diz o MP, àqueles presentes na referida planilha encontrada na Leão Leão.

Caso Cuba: Piloto confirma transporte de caixas

O piloto Alécio Fongaro confirma ter levado o petista Vladimir Poleto - ex-assessor do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na prefeitura de Ribeirão Preto - no Sêneca PT-RSX do empresário José Roberto Colnaghi, em 31 de julho de 2002. Na ocasião, Poleto levava três caixas de papelão lacradas consigo, diz Fongaro, que garante desconhecer o conteúdo delas. O ex-assessor foi convocado para depor sobre a denúncia na próxima terça-feira, na CPI dos Bingos. Outras pessoas citadas no caso também devem ser chamadas nos próximos dias.
De acordo com a edição da semana passada da revista Veja, baseada em depoimentos de Poletto e do advogado Rogério Buratti, também ex-assessor de Palocci, essas caixas continham US$ 1,4 milhão ou US$ 3 milhões doados pelo governo cubano para a campanha eleitoral do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.
Buratti disse não ter presenciado a suposta transação e citou como fonte Ralf Barquete, outro homem de confiança de Palocci - morto de câncer em junho de 2004. O ministro afirmou que os relatos dos ex-colaboradores são "fantasiosos". O governo cubano, por meio de nota, também desmentiu as acusações.
O testemunho de Fongaro foi publicado na última edição de Veja. O piloto diz ter decolado de Penápolis, no oeste paulista, e rumou para Brasília, onde telefonou para Poleto - que teria em seguida se dirigido para o aeroporto. Segundo Alécio Fongaro, Poleto pediu para levar as caixas na aeronave e foi atendido.
O destino seria o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, mas o vôo teria sido desviado para Viracopos, em Campinas, por conta do mau tempo. Logo após a aterrissagem, na tarde de 31 de julho de 2002, Poleto teria solicitado ao piloto que rumasse para o Aeroporto dos Amarais, que também fica em Campinas. Como o aroporto tem dimensões bem mais reduzidas que o internacional Viracopos, diz Fongaro, o petista não precisou declarar o conteúdo das caixas às autoridades e, sem maiores problemas, descarregou as mesmas dentro de um Ômega, supostamente blindado, que já estava à sua espera.
Palocci utilizou jatinho de empresário O empresário Roberto Colnaghi confirma ter emprestado o Sêneca para Poleto, mas se exime de qualquer responsabilidade sobre a utilização do mesmo. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, ele deu carona para Antonio Palocci em outra aeronave (um jatinho Citation, prefixo PT-XAC), quando o petista já era ministro da Fazenda. Uma das oportunidades nas quais Palocci usou o avião teria ocorrido em 2 de maio de 2004, após visita à a Agrishow, feira de agronegócios realizada em Ribeirão Preto.
Procurado pela Folha, o empresário não se manifestou sobre a suposta carona. A assessoria de Palocci não tinha se manifestado a respeito do assunto até ontem à noite.
Redação Terra

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