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sexta-feira, 25 de novembro de 2005

 

já é possível viver de blogs

BoingBoing.net é o número um do ranking de blogs segundo o site Technorati. Como blogs são muitos e aferir a visitação de cada um não é possível, o critério desta lista é contar que blogs recebem mais links de outros blogs. O mais citado talvez não seja o mais lido mas tende a ser o mais respeitado. Segundo um estudo de Stephen Baker, blogueiro da Business Week, os blogs mais quentes dos EUA fazem uma média de US$ 25 mil por mês vendendo anúncios.Não é mau levando em conta que, para manter um site desses no ar, não é preciso muito mais que um time de duas ou três pessoas. Como a parte técnica é freqüentemente terceirizada e os impostos, um bocado leves, o salário final para o dono o coloca firmemente na classe média alta norte-americana e a caminho de enriquecer. Isso não quer dizer que exista uma forma clara para cultivar um blog de sucesso.Existem duas escolas. Uma é a promovida por Nick Denton, um correspondente veterano do diário inglês Financial Times. Ele deixou o Times para construir um pequeno império de blogs que seguem, mais ou menos, a pauta dos tablóides populares. Um, portanto, é sobre fofocas nova-iorquinas, outro sobre as de Washington e há um dedicado a celebridades. Denton tem também blogs sobre sexo, destinações turísticas e, o mais popular, Gizmodo.com, quinto no ranking, dedicado a gadgets, maquininhas eletrônicas diversas.Seu modelo é simples. Aposta num tema geral que atraia leitores, contrata um jovem que escreva bem e atualiza, atualiza muito e o dia inteiro. O conteúdo quem oferece é a própria internet: a graça de seus blogs é que eles editam a rede, listam quase tudo o que circula sobre um assunto, e o leitor visita sempre porque encontrará o noticiário concentrado num lugar só.O outro modelo é o dos blogs políticos que nasceram na cobertura da Guerra do Iraque e maturaram durante as eleições presidenciais de 2003. Markos Moulitsas, editor do DailyKos (número 4 no ranking da Technorati), é quem descreve melhor a fórmula. O tema precisa ser apaixonante. Um partido político, por exemplo, ou um time de futebol. A idéia é que reúna leitores emocionalmente envolvidos, que passem horas discutindo.Esses blogs, portanto, são comunidades, e a área de comentários é destacada. Se os leitores retornam e retornam, não é apenas para descobrir que novidade Moulitsas escreveu sobre os democratas ou contra Bush – é, principalmente, para participar das discussões envolvendo outros leitores. No DailyKos, os participantes mais ativos mantêm sub-blogs particulares.Naturalmente, ambos os modelos apostam em nichos. Denton promove o que bem poderia ser chamado, na imprensa tradicional, de sensacionalismo. E dificilmente poderia se dizer de Moulitsas que ele é imparcial. BoingBoing, o campeão, é diferente de ambos. É, numa tradução de seu lema, "um diretório de coisas maravilhosas". Lista curiosidades pescadas na rede em áreas que mais ou menos interessam a geeks, o tipo que gosta de tecnologia, Senhor dos Anéis e usa muito a internet. Nicho, portanto.Então blogs, no início de sua profissionalização, são veículos de nicho, desde que no nicho exista gente o bastante. Por enquanto, não devem passar de 20 os blogueiros que vivem, e bem, de fazer blogs e apenas. Mas eles já existem e têm lá suas teorias para explicar como funciona. No Brasil é um pouco diferente. Há uma meia dúzia que recebe salário para publicar blogs – inclua-se aí o colunista –, mas os blogs profissionais brasileiros ainda não são negócios auto-sustentáveis.Um dos motivos vem do nascimento da internet brasileira, no tempo da linha discada. Como não havia conteúdo em português na rede, empresas de telecomunicações e de mídia montaram grandes portais para se firmar no território e motivar o público a usar o telefone. A cultura dos portais fechados é pouco permeável a sites independentes, e os anunciantes são ainda mais desconfiados. Não quer dizer que isto ficará assim para sempre: um blog enxuto pode produzir muito mais com muito menos gente.No fundo, já existe um exemplo no Brasil. É o Blue Bus (www.bluebus.com.br). Os donos negam que seja um blog, mas é. Vive tocado a quatro mãos pelo casal Júlio Hungria e Elisa Araújo, é dedicado ao público publicitário, e está de pé, independente. Sustenta-se pela publicidade que vende.pdoria@nominimo.com.br

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