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sexta-feira, 30 de setembro de 2005

 

Investigação da CPI destrói versão do empréstimo para o PT

Sub-relator diz ao JB, que documentos provam falsidade das alegações de Valério e Delúbio
BRASÍLIA - O sub-relator da CPI dos Correios para movimentações financeiras, deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR), afirmou ontem que é falsa a versão defendida por Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, e pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares de que os recursos repassados ao PT foram empréstimos não contabilizados para pagar dívidas de campanha.
Com base em documentos apreendidos nas empresas de Valério e no escritório do contador dele, Marcos Prata, Fruet disse que essa versão não tem fundamento.

- Fica claro que há uma tentativa de justificar um dinheiro que ele repassou ao PT - destacou o deputado.

Segundo o sub-relator da CPI, sua declaração é baseada no cruzamento das informações da movimentação bancária de Valério com os dados contábeis da conta usada para repassar dinheiro às pessoas indicadas por Delúbio e também com os documentos do contador.

- Quando se analisam os ativos das empresas não constam empréstimos ao PT. Valério apresentou um dado para a CPI e nós achamos uma outra informação na contabilidade do seu contador.

Agora, prosseguiu Fruet, Valério pode fazer uma retificação em sua contabilidade informando os empréstimos. No entanto, se caminhar nessa direção, ele poderá ter que responder por alguns crimes.

- Estará correndo dois riscos: de um lado a fraude fiscal ou falsidade ideológica. Se fizer a retificação, evidentemente não tem autorização do Banco Central para fazer esse tipo de empréstimo - disse Fruet.

Segundo o parlamentar, Valério não terá como apresentar um contrato entre ele e os dirigentes do PT comprovando os empréstimos porque esse documento não existe.

O deputado petista José Eduardo Cardozo (SP), sub-relator da CPI dos Correios para a análise de contratos, confirmou que indícios reforçam a informação de que os empréstimos foram uma fachada. Ele disse que a situação dos dirigentes do PT envolvidos no escândalo ficará ainda mais complicada se for descoberto que era ilegal a origem dos recursos repassados por Valério ao PT.

- Se comprovado que o dinheiro veio de fontes ilícitas, Valério e os dirigentes do partido que fizeram isso poderão ser enquadrados em outros dispositivos do Código Penal além do crime eleitoral - disse Cardozo.

Fruet indicou quais são as possíveis fontes de irrigação do valerioduto. Segundo o parlamentar, parte dos recursos teria origem na SMP&B, agência de publicidade de Valério. Ele disse que há indícios de que alguns contratos entre a agência e empresas estatais foram superfaturados. Além disso, prosseguiu o parlamentar, existem notas fiscais frias dos serviços prestados pela agência às estatais.

Outras fontes seriam os bancos Rural e BMG, que teriam Valério como intermediário.

- A ironia é que agora Valério terá de ser executado pelos bancos, que precisam se justificar para seus acionistas e para o Banco Central.

A CPI dos Correios ainda tem três linhas de investigações: contratos de publicidade entre as agências de Valério e empresas privadas, aplicações dos fundos de pensão de empresas estatais e dinheiro movimentado no exterior.

O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), já avisou que está disposto a estender os trabalhos da comissão até que todas as quatro sub-relatorias concluam suas investigações para que, então, o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), apresente seu relatório final.

- Precisamos cumprir aquilo que nos propusemos a fazer. Temos de apresentar resultados - afirmou Delcídio.

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