quinta-feira, 29 de agosto de 2013
REPENSANDO O BRASIL
Estamos assistindo um espetáculo que projeta as
condições da conjuntura brasileira para muita preocupação. O país está pegando
fogo, sem bombeiro para apagar. Só se discute política eleitoral sobre as próximas eleições de 2014 e
quase nada sobre os graves problemas da atualidade, que afetam a nação
brasileira . A situação econômica mundial; os movimentos de contestações de
junho a julho; o custo Brasil; o atraso tecnicológico; a baixa competitividade
dos produtos brasileiros; os problemas infra-estruturais; a
desvalorização do Real; o aumento dos juros; a volta da inflação; a
corrupção e a fragilidade dos entes públicos para darem soluções rápidas ao que
o povo reclama na saúde, educação e segurança. Esses São alguns dos temas
que geraram um redemoinho avassalador em torno dos três poderes da república, eclodindo
crises com sombrias expectativas. O primeiro enfoque que deveria pautar o
discurso das autoridades é a falta de consciência
cívica, que encoraja os desvios de conduta dos cidadãos; em seguida a falta de transparência dos que governam;
espertezas de empresários e leniência de agentes públicos, com poucas exceções.
A redemocratização do país e a edição de nova Carta Magna em 1988, com todo
aparelhamento jurídico para disciplinar e desenvolver o país tornou-se anêmica,
durou pouco e está sucumbindo, dando lugar ao caos. A democracia virou
anarquia e as disposições Constitucionais distorcidas, por alguns, para
proteger poderosos, empurra a indignação para as ruas e gera a insegurança
social, causando instabilidade no país. As disposições legais da Constituição,
que induziram a criação de um acervo de leis, decretos e regulamentos
decorrentes, parecem não mais resistir às mutilações para acomodar pontuais
interesses individuais. Fossem essas disposições cumpridas, tanto de parte dos
cidadãos, como dos governos municipais, estaduais e federal e pelo o setor
privado nacional, seríamos, hoje, um dos países mais desenvolvidos e
respeitados do mundo. Daí porque se faz uma indagação: Será que a atual
conjuntura política e econômica, sob a liderança dos mesmos protagonistas desse
cenário, será capaz de auto-correção e de fazer o redirecionamento do país para
o rumo concebido na “Constituição Cidadã”? Pelos últimos acontecimentos e o
nível das contestações que foram às ruas, o que se tem como certo é de apenas muitas
dúvidas atordoando toda nação brasileira, principalmente das novas
gerações. Constata-se que faltou ao estado brasileiro, em todos seus
níveis de poder, gerar uma consciência cívica coletiva, estruturada nos valores
da moralidade, espiritualidade e ética. Enquanto isto não for impregnado como cultura
e educação do povo, o descontrole vai prosperando com o ressurgimento dos protestos
e das greves, acarretando mais problemas e agravamento da situação. Urge,
portanto, providências urgentes e confiáveis. A primeira delas será nutrir
sentimento patriótico no povo brasileiro, através da educação e cultura ao
cidadão, indistintamente da condição
política, econômica e social. Segunda, doutrinar o povo como eterno vigilante
dos interesses nacionais, contumaz observador
praticante dos seus direitos e
obrigações. Basta cada um cumprir a lei para ajeitar o país.